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Associação Brasileira
dos Atingidos por
Grandes Empreendimentos


NOSSA
HISTÓRIA
A Associação Brasileira dos Atingidos por Grandes Empreendimentos (ABA) nasceu em 2013, no Leste de Minas Gerais, em Itueta, após a região ter sido atingida pela construção e operação da Usina Hidrelétrica de Aimorés em 2006. A sede do município teve que ser realocada, pois foi submersa pelas águas da barragem e a população da zona rural foi severamente impactada pela perda das terras agricultáveis, água de qualidade, pesca e demais atividades associadas ao uso do rio Doce e suas margens.
Nesse cenário, a associação, organizada junto às comunidades atingidas, se movimentou na luta pela reivindicação de direitos, sendo uma de suas primeiras conquistas a construção de hortas PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) na região.
Posteriormente, construiu junto às comunidades projetos de Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), os quais tinham a finalidade de entregar alimentos para entidades públicas, através de uma remuneração justa para as famílias de agricultores.
Entre 2013 e 2015, a associação atuou nas regiões atingidas pela barragem de Aimorés (abrangendo os municípios de Resplendor, Itueta, Aimorés e Baixo Guandu), apoiando ações de formação em direitos humanos, qualificação de lideranças, estímulos a mobilização popular, engajamento e advocacy; e, após o rompimento da barragem do Fundão em Mariana a ABA passa a apoiar na organização da população atingida em toda a extensão da bacia do rio Doce.
Em 2022, a instituição passou a ser uma associação nacional, sua sede foi realocada em Belo Horizonte, e ampliou seus objetivos para inclusão de todo tipo de comunidade rural ou urbana atingida pela construção de grandes empreendimentos.
Nesse sentido, a instituição tem como objetivo garantir: (a) Processos de inovação e reconstrução de experiências de participação popular em conjunto com o Movimento dos Atingidos Por Barragens; (b) Iniciativas de enfrentamento ao discurso de ódio, temas antidemocráticos e fake News; (c) Popularização de uma cultura democrática, por meio de formação política de ativistas de movimentos populares para o respeito à diversidade e defesa de direitos de grupos vulneráveis (em parceria com o Movimento dos Atingidos Por Barragens).
Entre 2022 e 2023, a ABA forneceu suporte na organização de atingidos por barragens no Vale do Jequitinhonha, em especial às comunidades que sofreram novo atingimento pela mineração de lítio, nos municípios de Araçuaí e Itinga. As atividades tinham como objetivo a mobilização das comunidades atingidas e promoção de formações, de informação e de debates sobre a criação de protocolos de consulta em comunidades quilombolas.
A associação apoiou diversas atividades da população atingida na bacia do rio Paraopeba, lago de Três Maria, no rio Doce, em Nova Lima e Juiz de Fora, contribuindo na mobilização popular e nas ações judiciais em favor das comunidades atingidas.
Com objetivo de promover troca de experiências e aprimorar seu leque de atuação a ABA apoiou atividades em outros estados do Brasil, a citar: comunidades atingidas no Rio Grande do Sul, contribuindo para construção de uma brigada de solidariedade aos atingidos pelas enchentes no Vale do Taquari em 2023 e 2024; Comunidades atingidas pelo rompimento de Fundão no litoral Capixaba; e, comunidades amazônicas atingidas pela construção de Belo Monte. Ainda, participou do processo de implementação da Ouvidoria da Defensoria Pública de Minas Gerais, que segue em curso.
Nesses 10 anos de existência, a ABA vem se consolidando como uma entidade que mantém sua lógica de organização comunitária, com entendimento da centralidade da organização, do protagonismo das bases e luta popular na transformação das estruturas da sociedade, como forma de superação das contradições e mazelas sociais que afligem o povo atingido por grandes empreendimentos de um suposto desenvolvimento.